Concurso Nacional Unificado: entenda o Guia Referencial para Concursos Públicos - parte 03
Na matéria de hoje sobre o Guia Referencial para Concursos
Públicos, da Enap (Escola Nacional de Administração Pública), vamos abordar
mais uma vez o eixo transversal Estado, Políticas Públicas e Democracia, com as
disciplinas Instituições, Direito Constitucional e Administrativo.
O guia da ENAP é o documento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos que será usado para fundamentar o edital do Concurso Nacional Unificado.
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Instituições, Direito Constitucional e Administrativo
(texto do Guia Referencial para Concursos Públicos)
A Constituição de 1988 inaugurou no Brasil uma nova fase de
amadurecimento institucional. A nova ordem constitucional é pautada em um
Estado Democrático de Direito que garante a todos e todas, além de liberdades
civis clássicas, direitos sociais típicos de um Estado Social.
Portanto, a Constituição da República exige uma atuação
proativa da Administração e dos gestores públicos, materializada pelo
desenvolvimento de políticas públicas de caráter multi, inter ou
transdisciplinar.
Nesse contexto, o papel do Direito é pensado a partir da
necessidade de construção de um arcabouço legal que viabilize o desenvolvimento
de políticas que tenham como finalidade a efetivação de direitos fundamentais e
a emancipação social.
Neste sentido, sendo o Estado organizado em moldes
jurídicos, é relevante analisar os temas que percorrem o Direito
Constitucional, que versa sobre a organização jurídica do Estado enquanto
comunidade política, e o Direito Administrativo, que regulamenta o
funcionamento cotidiano do aparato estatal.
Em ambos os casos, o Direito influencia o desenho e o
funcionamento das políticas públicas, aspecto este que vai muito além do
caráter meramente instrumental das normas para o correto processamento dos atos
administrativos.
Desta maneira, indo além de uma abordagem tradicional de
Direito Constitucional ou Administrativo, que visa abarcar conteúdos sobre as
relações positivas entre Estado, Direito e Políticas Públicas, deve-se também
avançar sobre questões voltadas à mobilização de instrumentos jurídicos aptos a
realizar as finalidades últimas da atuação programática do Estado.
Assim, a análise sobre políticas públicas a partir da
perspectiva do Direito deve se basear em princípios da República como:
a. Separação de poderes, em que o poder é dividido entre
diferentes instituições, como o poder executivo, legislativo e judiciário. Essa
separação visa evitar a concentração excessiva de poder e garantir um sistema
de freios e contrapesos;
b. Estado de direito, o que significa dizer que todas as
pessoas, incluindo governantes e cidadãos comuns, estão sujeitas às leis e
regulamentos estabelecidos. Isso promove a igualdade perante a lei e a proteção
dos direitos individuais;
c. Responsabilidade governamental, em que os governantes são
responsáveis perante o povo ou seus representantes eleitos. Eles devem prestar
contas por suas ações e decisões;
d. Participação política. Os indivíduos têm direito ao voto
e à liberdade de expressão, permitindo-lhes influenciar as decisões políticas
por meio de eleições, debates públicos e ativismo;
e. Proteção dos direitos individuais e das liberdades civis.
Os cidadãos têm direitos fundamentais garantidos, como liberdade de expressão,
religião, associação, igualdade perante a lei e proteção contra abusos de
poder;
f. Estado de bem-estar social. Trata-se de equilibrar a
liberdade individual com a responsabilidade coletiva. Isso inclui a promoção de
programas sociais, educação acessível, cuidados de saúde e outras medidas para
garantir o bem-estar para todos os cidadãos.