Concurso MPU: Senado Apoia Nível Superior para Técnico
O Senado Federal posicionou-se favoravelmente à exigência de nível superior para o cargo de Técnico do Ministério Público da União (MPU).
Segundo a casa legislativa, essa medida foi aprovada após intenso debate legislativo e reflete a modernização das funções no órgão, motivada pelo avanço tecnológico e pela crescente complexidade das atribuições.
Histórico e Contexto das Mudanças
A discussão sobre a escolaridade exigida para o cargo de Técnico do MPU ganhou força com a tramitação do Projeto de Lei nº 2.969/2022, que propôs a elevação do nível de escolaridade de médio para superior.
Essa alteração foi considerada essencial pelos parlamentares para acompanhar a modernização do serviço público e atender às novas demandas impostas pela informatização e digitalização dos processos ministeriais.
O projeto tramitou pelas duas Casas Legislativas (Câmara e Senado), recebendo pareceres favoráveis da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) no Senado e sendo aprovado em plenário por votação simbólica.
Apesar do veto presidencial à mudança, alegando vício de iniciativa, o Congresso Nacional rejeitou o veto por ampla maioria, consolidando a exigência de nível superior para os Técnicos do MPU.
Argumentos do Senado e a Necessidade da Alteração
Em sua manifestação, o Senado destacou que as funções atribuídas aos Técnicos do MPU evoluíram significativamente ao longo dos anos.
Com a digitalização e informatização de atividades, os servidores passaram a lidar com tarefas que exigem maior especialização, como a elaboração de minutas administrativas e normativas, análise de documentos digitais e assessoria em audiências e diligências.
O relator do projeto, senador Veneziano Vital do Rêgo, enfatizou que a medida não implica aumento de despesas públicas.
A mudança de escolaridade foi justificada como necessária para garantir maior eficiência e qualidade no serviço público, alinhando as competências exigidas dos servidores às demandas tecnológicas e processuais atuais.
O parecer também destacou que a exigência de ensino superior para cargos de Técnico já é uma tendência consolidada em outras carreiras públicas.
O aprimoramento da legislação visa, portanto, refletir a realidade das atribuições desempenhadas pelos servidores, sem causar impacto orçamentário.
Decisão Judicial e Implicações para o Concurso
A mudança foi alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 7709 e 7710), ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República.
Contudo, o Senado considerou as ações improcedentes, defendendo que a alteração é constitucional.
O ministro Dias Toffoli, relator das ADIs, afirmou que não há urgência na decisão sobre o tema, indicando que a exigência de nível superior deverá prevalecer no próximo concurso.
Adicionalmente, uma portaria publicada pelo MPU em novembro de 2024 estabeleceu os novos requisitos para ingresso no cargo, confirmando a necessidade de graduação e curso técnico específico, dependendo da especialidade.
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➡️ Compartilhe essa notícia no TelegramImpactos da Alteração no Concurso MPU
A exigência de ensino superior não altera as funções originalmente atribuídas aos Técnicos do MPU, mas eleva o nível de qualificação dos novos servidores.
Essa medida busca assegurar maior preparo técnico para lidar com as complexas demandas da modernização do sistema de justiça e dos processos administrativos no órgão.
O edital do próximo concurso, previsto para ser publicado até março de 2025, deverá incluir essa nova exigência.
A organização do certame ficará sob responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que conduzirá o processo seletivo.