CNU 2025: novas carreiras de nível superior integrarão o Concurso Nacional Unificado
A segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), confirmada para 2025, trará uma importante novidade no âmbito do serviço público federal: a criação de duas novas carreiras transversais, estabelecidas pela Medida Provisória nº 1.286/2024.
Os cargos, que exigem nível superior e oferecem remuneração inicial de R$ 9.711,00, com progressão até R$ 21.070,00, estão vinculados ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e são transversais, já que terão exercício em diversos órgãos da administração pública federal direta.
As novas carreiras são: Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico (ATDS) e Analista Técnico de Justiça e Defesa (ATJD), com 750 cargos criados para cada uma, totalizando 1.500 vagas.
A seleção ocorrerá por meio do CNU 2025, conforme confirmado pela ministra da Gestão, Esther Dweck.
Criação das carreiras por Medida Provisória e tramitação no Congresso
A Medida Provisória nº 1.286, de 31 de dezembro de 2024, publicada em edição extra do Diário Oficial da União na mesma data, estabeleceu as novas estruturas de carreira.
Posteriormente, no início de abril de 2025, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 1466/2025, com urgência constitucional, para transformar a medida em legislação definitiva.
Além de instituir as carreiras de ATDS e ATJD, o texto também trata da criação da carreira de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da reestruturação de planos de cargos e carreiras e da padronização de regras para incorporação de gratificações no âmbito do Poder Executivo federal.
Conforme o Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 18, de 2025, publicado em 3 de abril de 2025, a Medida Provisória teve sua vigência prorrogada por 60 dias.
Caso não haja votação nesse prazo, a MP perderá sua eficácia, salvo se o Congresso deliberar sua conversão em lei dentro do prazo estipulado.
Com o envio do Projeto de Lei ao Congresso Nacional, o Governo Federal busca consolidar legalmente as mudanças propostas pela Medida Provisória nº 1.286/2024. A tramitação ocorre em regime de urgência constitucional.
Carreira de Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico (ATDS)
O cargo de ATDS é voltado à formulação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas ligadas ao desenvolvimento socioeconômico.
Trata-se de uma carreira transversal, ou seja, seus ocupantes poderão atuar em diversos ministérios e órgãos da administração pública direta, embora estejam formalmente vinculados ao MGI.
De acordo com o texto da MP nº 1.286/2024, são atribuições do ATDS:
Assistência técnica em projetos e programas nas áreas de desenvolvimento socioeconômico;
Apoio técnico no planejamento, implementação, análise e avaliação de políticas públicas para o desenvolvimento regional e territorial sustentável, em áreas rurais ou urbanas;
Análise de viabilidade econômica de projetos de investimento e de desenvolvimento sustentável;
Avaliação de dados socioeconômicos para subsidiar políticas de indústria, micro e pequenas empresas, comércio, serviços, comércio exterior, agricultura, infraestrutura e inovação;
Apoio técnico à supervisão e ao planejamento de empresas estatais;
Contribuição na definição de estratégias de execução, monitoramento e avaliação de políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico.
O ingresso no cargo de ATDS será feito por meio de concurso público, com exigência de curso superior completo em qualquer área, podendo haver habilitação legal específica conforme a natureza das atribuições.
A jornada de trabalho será de 40 horas semanais. O processo seletivo incluirá provas objetivas e discursivas, análise de títulos e curso de formação, todas as etapas com caráter eliminatório e classificatório.
Carreira de Analista Técnico de Justiça e Defesa (ATJD)
A outra carreira criada pela MP nº 1.286/2024 é a de Analista Técnico de Justiça e Defesa (ATJD), voltada ao apoio técnico e estratégico em políticas públicas nas áreas de segurança, justiça e defesa, de nível superior, com jornada de trabalho de 40 horas semanais.
As atribuições do cargo envolvem atividades técnicas relacionadas às políticas de justiça, defesa nacional e segurança, respeitadas as competências exclusivas de outras carreiras do Poder Executivo federal.
Entre as funções do ATJD, estão a execução de ações de assistência técnica no planejamento, coordenação, implementação e supervisão de projetos nessas áreas, além da análise e avaliação de dados para subsidiar o aperfeiçoamento das políticas públicas correspondentes.
O servidor também atuará na definição de estratégias para controle, monitoramento e avaliação das políticas de justiça, defesa e segurança.
As atividades incluem o suporte técnico a programas relacionados à estratégia nacional de defesa, à indústria de defesa, à inovação tecnológica no setor e aos programas federais voltados à justiça, segurança pública, direitos do consumidor, direitos digitais, segurança da informação, cibersegurança, segurança de fronteiras e de infraestruturas críticas.
Contexto das carreiras transversais do MGI
Até o final de 2024, o MGI possuía quatro carreiras transversais em sua estrutura: Analista de Infraestrutura (AIE), Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS), Analista de Tecnologia da Informação (ATI) e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG).
A criação das novas carreiras de ATDS e ATJD representa uma ampliação significativa do escopo de atuação das carreiras transversais, possibilitando maior capilaridade de atuação técnica nas áreas prioritárias da administração pública federal.
Etapas do concurso para ATDS e ATJD
Segundo informações preliminares do MGI, o concurso para os cargos de ATDS e ATJD será composto pelas seguintes fases:
Provas objetivas e discursivas (eliminatórias e classificatórias);
Avaliação de títulos (classificatória);
Curso de formação (eliminatório e classificatório), que será ministrado após a etapa de provas e títulos, conforme regulamentação prevista no edital.
O edital do CNU 2025 definirá, com precisão, o conteúdo programático, critérios de avaliação e requisitos específicos para cada carreira, incluindo as exigências formais para investidura nos cargos.
CNU 2025
A segunda edição do Enem dos Concursos já foi confirmada mais de uma vez pela ministra da Gestão, Esther Dweck. E de acordo com Dweck, o CNU 2 contará com aprimoramentos baseados nas lições aprendidas na primeira realização do certame.
Um dos principais será a mudança na forma de preenchimento dos itens de identificação do candidato nos cartões-reposta, como o tipo de prova realizada, por um código de barras que identifica o candidato. "Alguns candidatos tiveram problemas com as bolinhas de identificação na primeira edição. Com o código de barras, cada prova será vinculada automaticamente ao candidato, sem risco de confusão", explicou.
O novo sistema funcionará da seguinte forma: cada caderno de questões virá com um código único, que identificará o candidato sem revelar seus dados pessoais aos corretores. "Não é o nome ou número de inscrição, mas a máquina consegue ler e garantir que aquela prova pertence àquela pessoa", detalhou a ministra.
O recurso será importante em salas com provas de versões diferentes, onde o embaralhamento de questões exige controle rigoroso.
A expectativa é que a tecnologia, já testada em outros concursos, agilize também a correção e a divulgação de resultados. As novas regras serão detalhadas no edital único do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).
"É uma evolução natural. Queremos que os candidatos se preocupem apenas com o conteúdo da prova, não com formalidades burocráticas", resumiu Dweck.
O edital também será unificado para todos os blocos temáticos, diferentemente da primeira versão, que teve oito documentos separados. "Vamos uniformizar as regras e deixar tudo mais claro", afirmou Dweck.
Próximos passos CNU 2
De acordo com a ministra da Gestão, o Termo de Referência para a escolha da banca do CNU 2 deve ser lançado em abril, com provas no segundo semestre de 2025.
A ministra reforçou que a ideia é tornar os concursos mais frequentes. "Queremos vagas menores, mas recorrentes, para manter o serviço público oxigenado", concluiu.
Dweck confirmou que não haverá uma terceira edição do Enem dos Concursos Públicos em 2026. "Por ser ano de eleição, é muito mais difícil realizar o concurso. Temos que homologar todos os resultados antes do início do período eleitoral", esclareceu.
A medida está em conformidade com a legislação eleitoral, que estabelece restrições a concursos públicos durante o período eleitoral para prevenir influência política.
Por essa razão, o governo pretende realizar o CNU 2 ainda em 2025, com aplicação das provas no segundo semestre e homologação até junho de 2026.
"Nosso foco agora é fazer uma boa edição em 2025 para que os aprovados possam tomar posse ainda no próximo ano. Para 2026, a previsão é que não tenhamos concurso por causa das eleições", reforçou Dweck.
A ministra ressaltou que a pausa em 2026 não representa o encerramento da iniciativa, mas sim um ajuste ao calendário eleitoral. "O CPNU é uma política que veio para ficar", concluiu.
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